Évora: Projeto quer "desconstruir preconceitos" associados à pessoa em situação de sem abrigo
Source: ODigital.pt
Author: Hugo Calado
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Está a ser desenvolvido na cidade de Évora um projeto que alerta para as Pessoas em Situação de Sem Abrigo no concelho de Évora.
Um projeto com cinco ações definidas, tendo também como objetivo "procurar desconstruir aquilo que são os preconceitos associados à pessoa em situação de sem abrigo", explicou-nos a coordenadora do projeto, Carla Antunes Mala.
IN-Visibilidade é um projeto financiado pelo Programa Operacional Alentejo 2020, coordenado com intervenção junto de Pessoas em Situação de Sem Abrigo no concelho de Évora, que conta com a coordenação Centro Humanitário de Évora da Cruz Vermelha Portuguesa, e com a Pão e Paz - Associação Solidariedade Social, e a Santa Casa da Misericórdia de Évora como entidades parceiras executoras.
Desde janeiro de 2022 passaram pela equipa 140 Pessoas em Situação de Sem Abrigo em Évora e, à data, contabilizamos aproximadamente 70 pessoas nesta condição.
Durante esta semana estão a ser pintados vários murais, em escolas do concelho de Évora, de forma a "sensibilizar a comunidade geral para um problema que existe no concelho e que é invisível, daí o nome do projeto", disse a responsável.
Para Carla Antunes Mala, os alunos "têm ficado mais despertos para a problemática", acrescentando que "sempre que entramos numa sala e abordamos o tema, percebemos claramente que a perceção que as pessoas têm do fenómeno das pessoas em situação de sem abrigo em Évora é muito longe da realidade, apontam-nos duas ou três pessoas em situação de sem abrigo que identificam e nós, neste momento já temos sinalizadas 144 pessoas".
Neste momento "trabalhamos com 144 pessoas em situação de sem abrigo, pessoas que passaram pela intervenção do projeto e atualmente, temos em acompanhamento ativo, cerca de 70 pessoas, ou seja, já houve pessoas que passaram por nós e que saíram da situação de sem abrigo", apontou.
Carla Antunes Mala mostrou-se preocupada com final do projeto, pois, "para continuar este projeto é necessário haver uma candidatura a fundos comunitários e sei que há essa intenção do consórcio, mas é necessário que abram os avisos no novo Quadro Comunitário", acrescentando que "a possibilidade de continuidade, é algo que nos preocupa, porque estamos a falar de pessoas que vão ficar sem um acompanhamento, pelo menos tão direto e tão personalizado como este projeto permite, mas temos esperança que possa haver continuidade".
A responsável concluiu revelando que "temos também em cima da mesa a possibilidade da Santa Casa da Misericórdia avançar com aquilo que são respostas de apartamentos partilhados e de alojamento temporário e que estão já em desenvolvimento".